Encontrar-se para construir relacionamentos, falar de empresas e de vida
por Marcelo Cassa e Adriana Mendes
publicado em anpecom.com.br
Em 25 de junho, em duas cidades do Paraná, 85 pessoas interessadas em Economia de Comunhão se encontraram para uma noite de “bate-papo”, como gostam de chamar. De fato, em Curitiba e Londrina as comissões locais de EdC promovem seminários periódicos para aqueles que já aderem à EdC como próprio estilo de agir econômico e, ao mesmo tempo, para apresentá-la a outros que ainda não conhecem. Nestes dois encontros a programação foi muito bem preparada, tanto que alguém definiu como “uma noite fantástica para todos”
Em Londrina o médico e empresário Aureo Cinagawa, que teve o seu primeiro contato com a EdC no Congresso Internacional em Nairóbi, relatou aos presentes esta sua experiência em qualidade de empresário “sênior” de EdC, como ele mesmo se definiu.
Marcelo Cassa, empresário, prosseguiu o programa explicando a cultura da comunhão, os vários aspectos da pobreza, a interligação da EdC com o mundo da política e a responsabilidade que temos em função dos dons que recebemos e como os usamos para a construção de um mundo mais humano e fraterno. O empresário Antonio Pogian, apresentou sua empresa, uma das primeiras empresas de EdC da região, a Cerâmica Cidade Nova. Após as explanações surgiram várias perguntas, muita animação e curiosidade que geraram a sistematização de encontros mensais: todas as últimas quintas-feiras.
Em Curitiba, durante a introdução, o empresário Celso Beppler, de Joinville, ressaltou que aderir à EdC significa “identificar-se com um projeto de fraternidade no mundo do trabalho” e explicou que construir uma empresa de comunhão é, também, “saber trabalhar em comunidade”. E com muita convicção, concluiu sua fala dizendo: “A EdC é vida: temos que governar com o exemplo, com uma mudança de atitude”.
Em seguida, Diogo Steinbach, da Palhoça-SC, sócio da Hogar Empreendimentos Imobiliários, levou os presentes a “visitarem” a sua empresa através de um relato vivo e entusiasmado de quase uma hora, apresentando a origem e o hoje da Hogar como uma empresa de Economia de Comunhão. Desde o nome escolhido (Hogar = Lar) e o slogan da empresa “construindo lares”, até as suas ações no quotidiano e os seus projetos para o futuro. Diogo conseguiu demonstrar que, em vários aspectos, a empresa não só “constrói lares”, mas também constrói continuamente relacionamentos, dentro e fora: com funcionários, clientes, concorrentes, com a sociedade etc.
Passando para um segundo momento, Diogo e Adriana Mendes, secretária da ANPECOM, ambos que participaram do Congresso Internacional de EdC em Nairóbi, apresentaram com fotos, anotações e depoimentos pessoais, algo do que foi vivenciado no continente africano, para que esta realidade tão importante para a EdC, cujas palavras-chave foram: profissionalismo, abertura, jovens, formação, entre outras, fossem compartilhadas com aqueles que não puderam estar lá.
No espaço aberto para as colocações, foi muito significativa a pergunta do jovem Júlio César De Carli: “Qual é o diferencial que a EdC oferece às empresas que aderem ao projeto?” e a resposta de Armando Tortelli, empresário de EdC entre os pioneiros do Brasil, pois ressaltava que “a diferença está na escolha que o empresário faz em não viver para si” e explicou que isso se vê em fatos como dar prioridade à pessoa e não ao que ela representa dentro de uma hierarquia, que isso gera relacionamentos fraternos e ainda testemunhava que atitudes como estas contagiam os funcionários e acaba criando uma nova cultura dentro da empresa, onde “todos tem direito de ser feliz”. Celso, com um jogo de palavras, também deu sua contribuição preciosa nesta definição: “O empresário de EdC é aquele que se doa, e não aquele que doa somente”
Nestes dois momentos foi relevante a necessidade de colocar-se sempre mais em rede e uma das propostas apresentadas foi de associar-se à ANPECOM.